top of page

Three Graces, Christos Karas, 1974
National Gallery Alexandros Soutsos Museum 

Para  baixar os resumos, clique aqui.
 

CONFERÊNCIA
 

IDENTIDADE E IDEOLOGIA NA RECEPÇÃO ARQUEOLÓGICA

Francisco Marshall, Departamento de História/PPG Artes Visuais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Ao mobilizar recursos vultosos e trabalho coletivo para trazer à tona marcas da ocupação pretérita e linguagens praticadas em outras épocas, a Arqueologia abre-se a diversas apropriações e usos do passado, em que as tramas do presente podem se impor. Às perguntas sobre origem e identidade (de onde viemos? Como nos constituímos?) acrescentam-se questões sobre soberania e posse (de quem foi, de quem é esta terra?) e de afirmação social da identidade construída (qual distinção me separa e promove diante dos outros?). Atentos a questões de ética na produção do conhecimento, vejamos como estas questões aparecem em casos das arqueologias brasileira e clássica.

A POLÍTICA DA VERTIGEM. O ANTROPOCENO E OS TEXTOS ANTIGOS

Marco Formisano, Faculty of Arts and Philosophy/Latin Literature, Ghent University

Os estudos de literatura antiga são geralmente destinados a reconstruir o contexto histórico no qual os textos eram produzidos. Mais especificamente, são procurados dados sobre a biografia dos autores que possam explicar a gênese de suas obras. Mas o que acontece se dermos prioridade ao meio ambiente e não ao homem? Como o Antropoceno e a "intrusão de Gaia" (Stenger, Latour) podem mudar radicalmente nossa leitura de textos antigos? A incomensurabilidade entre o homem e o meio ambiente instalará, portanto, a vertigem como elemento fundamental na recepção de textos antigos.


MESA-REDONDA
 

TRADIÇÃO E RECEPÇÃO

Gisele Amaral da Silva, Departamento de Filosofia/PPG Filosofia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

O estudo de recepção dos clássicos é apontado por especialistas como uma nova área de pesquisa em filosofia antiga, a qual se apresenta como uma reconceptualização de conteúdos filosóficos produzidos por autores da antiguidade, mas também ampliados para o campo dos estudos interdisciplinares. Desse modo, a recepção dos clássicos diz respeito ao interesse não exclusivamente da filosofia, mas da história, da literatura, da ciência e de tantas outras áreas aplicadas e/ou de interesse teórico-conceitual. Além disso, a recepção dos clássicos pode ser considerada um método de pesquisa aliado a outros já conhecidos e que são fundamentais para a reconstituição de fontes que remontam a um passado extremamente longínquo, mas que nem por isso de menor repercussão ao longo da história. Mais do que isso, ela se mostra como uma importante ferramenta no tocante à disseminação de conteúdos doxográficos, textuais e históricos fundamentais para o nosso entendimento do passado e, principalmente, da relação desse passado com questões que impactam a atualidade nos mais diversos segmentos da vida humana. Neste sentido, gostaria de propor a reflexão sobre algumas questões ligadas à relação entre tradição e recepção defendendo, sobretudo, o caráter inseparável e, de certo modo, insuperável do vínculo existente entre ambas.

DISCURSO E PODER NAS PERSONAGENS FEMININAS DE EURÍPIDES

Jovelina Maria Ramos de Souza, Faculdade de Filosofia/PPG Filosofia, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Retomo algumas representações femininas analisadas no projeto de pesquisa “O caráter metafórico dos discursos femininos em Eurípides”, observando que o tragediógrafo dota suas personagens de um poder discursivo, cuja potencialidade as distingue da natureza passiva das mulheres gregas. A manifestação de fala de Fedra e Medeia, ou mesmo de Afrodite, é marcado por um discurso de empoderamento, representando a quebra do paradigma do silenciamento feminino, apresentando vozes conscientes de sua condição e capazes de reivindicar direitos específicos dos homens.

 

HEROÍNAS AUTORAS EM OVÍDIO: TEORIZAÇÕES SOBRE A ESCRITA E A TRANSMISSÃO DE TEXTOS NAS HEROIDES

Júlia Batista Castilho de Avellar, Instituto de Letras e Linguística/Núcleo de Estudos Clássicos, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Nas quinze primeiras epístolas da Heroides, Ovídio transfere a voz poética para heroínas da tradição mitológica e literária, que se transformam em autoras de elegias em forma de cartas para seus amados. Ao se exprimirem em primeira pessoa, numa ficcionalização do ato de escrita, essas personagens oferecem novas versões da tradição literária, centradas numa perspectiva elegíaca e amorosa. Neste trabalho, pretendo analisar as diversas menções ao ato e aos instrumentos de escrita presentes nesses poemas, a fim de evidenciar que, para além de um tópos epistolar, tais referências cumprem duas importantes funções na obra: mimetizar situações de escrita características do contexto romano à época de Ovídio e suscitar reflexões sobre o fazer poético. Assim, ao destacar o aspecto material dos textos das heroínas, a obra nos permite depreender teorizações acerca da própria literatura e sua transmissão, de modo a ressaltar a faceta ovidiana de poeta-teórico.

 

A UNIDADE DA(S) VIRTUDE(S) NA REPÚBLICA DE PLATÃO

Matheus Jorge do Couto Abreu Pamplona, PPGLM-UFRJ/Escola de Aplicação, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Desde a antiguidade costuma-se admitir que entre Sócrates e Platão há divergências doutrinais importantes, tanto no que diz respeito a questões de ordem metafísica quanto moral: ao particionar a alma e ter reconhecido a existência de desejos irracionais em nós, Platão teria rasurado a teoria socrática da motivação ou o chamado “intelectualismo socrático”. Como consequência, doutrinas importantes que costumam ser atribuídas ao Sócrates e histórico e que víamos ser descritas nos diálogos da fase inicial da produção intelectual de Platão teriam sido definitivamente rechaçadas ao final do livro IV da República, quais sejam, a negação da akrasia, o enfraquecimento dos paradoxos socráticos, e desarticulação da identidade entre virtude e conhecimento. O que se pretende nesse projeto é investigar o problema da unidade da(s) virtude(s) na República. Minha hipótese é de que, contra a opinião comum propugnada pelos intérpretes da filosofia platônica, o reconhecimento de que o exercício da virtude supõe uma atenção cuidadosa aos elementos irracionais da natureza humana não é suficiente para fazer colapsar a sua unidade.

 

ESQUECIDOS NO PARAÍSO: PESTE, GUERRA E FOME COBRAM “AS ‘NOSSAS’ LÁGRIMAS”

Orlando Luiz de Araújo, PPGLetras/DLE-Núcleo de Cultura Clássica, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Na tragédia grega, a sabedoria prática e a razão se contrapõem às pulsões e à desmedida humana. O pensamento de filósofos como Parmênides e Heráclito e as reformas como as de Sólon, Clístenes e, mais tarde, de Péricles possibilitaram o predomínio da democracia na Atenas do século V a.C. Nesse contexto plural e efervescente, surge a tragédia, desvelando as tensões e contradições presentes nas instituições humanas. Ela, que tem lugar nas comemorações dedicadas ao deus Dioniso, torna-se responsável por indagar o mito, ainda que lhe permaneça fiel. A tragédia põe em cena questões relativas ao homem e à sua natureza ambígua. Se a narrativa mítica e a epopeia não apresentam uma visão problemática do homem, cabe à tragédia fazê-lo. O homem, que é posto em questão, é aquele atingido por sua própria desmedida, o herói que ultrapassa seu limite e vai além de suas pulsões. Assim, não é apenas o caráter ou a natureza do homem que está sob investigação, mas também sua forma de agir, quando essa é contrária aos seus interesses. Em tragédias como Persas e Sete contra Tebas, de Ésquilo, Xerxes e Etéocles, motores da guerra, terminam por levar suas cidades à ruína; na Antígona sofocliana, a razão de Creonte o arrasta para os infortúnios, e em Bacantes, de Eurípides, Penteu é massacrado por Dioniso. Neste sentido, o debate trágico põe, no palco ateniense, o homem dotado de certa liberdade de ação, mas submetido a forças incontroláveis, visto que ele não consegue entender ou ouvir os apelos à sabedoria. Portanto, a questão que se coloca, nesta comunicação, é como o herói épico e da tragédia ateniense percebe o mundo em torno de si e como se acomoda e tem acesso às forças criadoras da violência e do mal causadas não somente pela guerra, fome e peste, mas também pelas pulsões de vida e de morte e as interdições relacionadas a elas.

 

DOS DISCURSOS À ESCRITA NA ALMA: INDICAÇÕES SOBRE RETÓRICA FILOSÓFICA E PAIDERASTIA NO FEDRO DE PLATÃO

Rafael Davi Melém da Costa, Escola de Aplicação, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Nosso objetivo, nesta exposição, é indicar, em linhas gerais, de que forma a discussão acerca de uma fundamentação filosófica da retórica, no Fedro, mais precisamente, a discussão sobre a formação daquele que seria o orador-filósofo remete ao cuidado com a alma, e que a crítica à escrita, indica que esse cuidado deva se situar no contexto da relação pederástico-filosófica tal como descrita no que seria a primeira parte do diálogo acima mencionado.

 

A RAIZ ARISTOTÉLICA DO PRINCÍPIO DE RAZÃO SUFICIENTE DE LEIBNIZ

Vivianne de Castilho Moreira, Departamento de Filosofia/PGFILOS-UFPR, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Leibniz insiste amiúde sobre o caráter fundamental do Princípio de Razão Suficiente (PRS). Segundo ele, esse princípio compõe, juntamente com o Princípio de Não-Contradição, a espinha dorsal dos raciocínios humanos (Monadologia, §31-§32). E se é justo conceder a Leibniz, como ele próprio reivindica, a paternidade do princípio, tal como este é estruturado e empregado no interior da filosofia leibniziana, é também, por outro lado, forçoso reconhecer, na argumentação em favor do princípio, vestígios da herança aristotélica. Esses vestígios podem ser explicitados se percorrermos as reflexões de Leibniz sobre o assunto à luz dos escritos aristotélicos sobre a indução, em especial o que lemos nos Primeiros Analíticos Β 23. É a esse percurso comparativo, com o propósito de ressaltar a inspiração aristotélica do PRS de Leibniz, que o presente trabalho é dedicado.
 


MOSTRA DE PESQUISA

IMAGEM E PERCEPÇÃO NA DOUTRINA DA PROCESSÃO PLOTINIANA

Bruno José Bezerra Ribeiro, PPG Filosofia, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Orientação de Mestrado: Jovelina Ramos

O neoplatonismo de Plotino, retoma grandes temas da antiguidade tardia, temas que envolvem uma diferença significativa na compreensão da arte em sua comparação ao platonismo clássico. O presente trabalho representa uma análise preliminar sobre importância da obra de arte na teoria neoplatônica, compreendida na doutrina do processão plotiniana, o que representa uma sofisticada teoria da percepção e de produção de imagens. Com efeito, sendo o corpo manifestação sensível, a percepção é uma ideação primária senciencente e contemplante de si mesma em sua unidade. Nesse sentido, a percepção na teoria plotiniana marca um sentido de conversão da sensibilidade pela sensibilidade e consequentemente um novo status da compreensão dos processos produtivos do homem.

 

PLATÃO E O CORPUS HIPOCRATICUM: AS RESSIGNIFICAÇÕES DE DOUTRINAS MÉDICAS NO CÁRMIDES

Cláudio de Souza Menezes Júnior, Faculdade de Filosofia, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso: Jovelina Ramos

A filosofia platônica é construída em diálogo com outros saberes da antiguidade, como a mitologia e a medicina; de modo que o diálogo platônico Cármides, mesmo sendo um texto cuja questão central é a da definição da sophrosyne (temperança), comporta reflexões que vão muito além da ética. Abordo tal fato analisando o trecho 154e-158c do diálogo, onde Platão põe em cena três personagens (Sócrates, Cármides e Crítias), que, enquanto discutem sobre uma cura para as dores de cabeça de Cármides, apresentam pertinentes considerações acerca de conceitos como a saúde, a doença, o diagnóstico, a terapia, entre outros conceitos tão caros à medicina antiga, tal como foi concebida nos tratados do chamado Corpus Hipocraticum, cujo conteúdo orientou em grande medida a prática médica no tempo em que Platão viveu. Nesse sentido, ao analisar alguns desses tratados, cotejando suas doutrinas com as reflexões presentes no diálogo platônico, posso afirmar, em consonância com os estudos de Ivan Miranda Frias e de outros comentadores, que Platão não apenas tinha pleno conhecimento de tais doutrinas hipocráticas, como julgou algumas delas e as ressignificou filosoficamente no Cármides. Assim, ao estudar como Platão retoma doutrinas médicas e a elas adiciona os conceitos metafísicos e éticos (alma, virtude, etc), incorporando-as à sua filosofia, almejo atualizar a filosofia platônica, oferecendo uma evidência do poder da filosofia de remodelar a cultura de uma sociedade (entendida como um conjunto de conhecimentos) em um momento que infelizmente a Filosofia ainda tem que mostrar a sua importância de ser em sociedade.

 

A DICOTOMIA ENTRE ZEUS E PROMETEU EM PROMETEU ACORRENTADO

Denis Ramon Alves da Silva, Faculdade de Filosofia, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Orientação de Iniciação Científica: Jovelina Ramos

A compreensão da fisionomia tirânica na República IX (577b a 580c), Platão afirma a escravidão daquele que, incapaz de exercer em alma a liberdade que performa, torna-se escravo de si.  Esta inclinação tirânica será observada em Prometeu Acorrentado de Ésquilo, e este vislumbrado como objeto interessante para uma abordagem metafórica desta constatação platônica. Ao observar a personagem acorrentada por Zeus, dispõe-se a possibilidade de observá-la pelo espectro da República, partido pela ação sensata e insensata – ainda que a personagem detenha astúcia para discursar em sua defesa, antever sua ruína e evitar a hybris, encontra-se, como cotejado nas palavras de Sócrates: agrilhoado pelos desejos (Rep. 574e), ainda que professando e vivenciando seu caráter divino entre pares de igual natureza. Este um não é visualizado como um salvador, mas como um refém de forças além das que lhe aprisionam ao Cáucaso, e tampouco a antítese de Zeus, que também performa tirania similar, mesmo que em conflito.

 

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DA ÉTICA NICOMAQUEIA: SUBSTÂNCIA, ALMA HUMANA COMO FORMA E DESCRIÇÃO E PRESCRIÇÃO

Ian Silveira Pompeu, PPG Filosofia, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Orientação de Mestrado: Luca Pitteloud

O presente resumo visa expor os fundamentos teóricos subjacentes à Ética Nicomaqueia (EN.) de Aristóteles. Para isso, adota-se uma apresentação ao modo de silogismo em que são tomadas as conclusões apresentadas para a construção de novos argumentos, bem como a seguinte divisão na exposição: (1) a relação entre as ciências teóricas e a Ética; (2) a substância e seus princípios; (3) a alma humana como forma do homem considerado como substância; e (4) a relação entre descrição e prescrição da ética.

 

A CAVERNA COMO METÁFORA DA QUESTÃO DO CONHECIMENTO

Larissa Caroline Moreira Noleto, Faculdade de Filosofia, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso: Jovelina Ramos

A imagem da caverna é uma das metáforas mais conhecidas de Platão. Retomada no cinema, na música, na poesia, é comumente confundido com um mito, embora não o seja. Na literatura, também encontramos uma caverna numa famosa passagem presente no canto IX da Odisseia de Homero, que é a caverna de Polifemo. Assim, nosso objetivo é compreender como Platão recepcionou a caverna de Polifemo na República e deu origem a uma das mais emblemáticas imagens sobre o processo pelo qual os homens passam para obter o conhecimento. 

 

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ACERCA DA IMORTALIDADE DA ALMA NO FÉDON DE PLATÃO

Renato Bruno Fernandes, PPG Filosofia, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Orientação de Mestrado: Luca Pitteloud

Neste trabalho realizamos alguns levantamentos acerca do entendimento conceitual de alma na filosofia platônica, para isso foram demarcados pontos metodológicos para embasamento e compreensão do estudo. O tema foi delimitado para melhor expor a temática, mostrando uma visão panorâmica e histórica da concepção de alma na filosofia de Platão através da obra Fédon.

 

O EROS SERVIL NO DISCURSO DE PAUSÂNIAS NO BANQUETE DE PLATÃO

Sandy Iketani, PPG Filosofia, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Orientação de Mestrado: Jovelina Ramos

A partir da obra O Banquete de Platão, iremos analisar de que forma o modelo erótico defendido por Pausânias pode ser caracterizado como servil. Buscaremos demonstrar que os argumentos que ele utiliza para legitimar a servidão como algo bom não se sustentam, e como a negação desse modelo servil é necessária para a ascese.

 

A VIRTUDE EM LUGAR DE ROUPA (457B): SOBRE A EDUCAÇÃO SEGUNDO A NATUREZA DAS MULHERES EM REPÚBLICA V

Vitória Alexandra Silva da Silva, Faculdade de Filosofia, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Orientação de Iniciação Científica: Jovelina Ramos

Em República 451e, Platão insere o problema da educação das mulheres como constitutivo para compreender o modo como se dá a paridade de funções dentro da cidade, então se os homens aprendem música e ginástica, estas artes também devem ser ensinadas às mulheres, se se espera, assim como na analogia aos cães, que elas também pratiquem as mesmas atividades (452a). Na primeira onda, Sócrates levanta a questão da identidade ou diferença entre a natureza da mulher e do homem, de modo a verificar se possuem naturezas similares ou diferentes, observando se ambos se ocupam com funções opostas ou se possuem a mesma natureza e, portando, se poderiam desempenhar as mesmas funções. Uma educação especial para homens não é de todo uma inovação  proposta na República, mas o que surpreende é a introjeção das mulheres, que têm por Platão também reconhecidas suas habilidades para a guerra, por natureza, mas sobretudo para a filosofia (456a), que constituía um campo minado para a presença feminina, reforçado pela  tradição mítica que levava em conta a natureza feminina como inferior e mais baixa em relação a do homem, mantendo sempre a mulher muito próxima do insano e do irracional tal qual uma mênade, tornando-a inapta ao exercício do filosofar. A presente comunicação tem em vista discutir o modo pelo qual Sócrates faz um discurso elogioso às mulheres guardiães, atribuindo a elas um importante papel dentro da cidade, qual seja, a proteção cívica, além de admitir a capacidade feminina de ser dotada de habilidade discursiva e, portanto, de ser um sujeito moral e passível de política. 


 

bottom of page